Publicado em Julho de 2019 na Golden River Music
ca.6min
Obra da lista de repertório do IV Concurso Adácio Pestana (2020)
Esta peça foi composta para Robert Palmer para ser apresentada em 2019 no 51º Simpósio da Associação Internacional de Trompa na cidade de Gent, Bélgica.
O nome da peça tem origem na Lied ohne Wörte da língua alemã, que significa canção sem palavras. A tuba wagneriana apresenta uma tessitura similar à voz humana e o título pretende estabelecer uma relação entre o lied alemão e as canções dos EUA, com uma clara influência jazzística. A peça tem como objetivo dar uma nova voz a este antigo mas belo instrumento, que merece ter mais repertório.
Foi composta num período muito difícil da minha vida, durante o qual tive pouco tempo para dedicar à composição, o que levou a que a obra fosse escrita ao longo de seis meses, durante os quais evoluiu de uma melodia, que não me saía da cabeça e que cantava, murmurava e assobiava constantemente. A melodia foi mudando ao longo desse longo período de tempo, sendo que, por essa razão, apresenta modificações sempre que é repetida.
Está escrita para tuba wagneriana tenor em Si♭ (opcionalmente para trompa) e piano.
Pode ser tocada numa tuba wagneriana simples em Si♭ mas, idealmente, deverá ser tocada numa compensada ou até mesmo dupla, visto que a cadência escrita requer notas, que não se encontram disponíveis numa tuba wagneriana simples.
Da mesma forma, a cadência requer multifónicos que podem, perfeitamente, não ser passíveis de serem cantados na tessitura do instrumentista. Logo, a cadência pode ser simplificada, alterada, sendo que os intérpretes podem, até mesmo, criar as suas próprias cadências para que se enquadrem no seu próprio instrumento, tessitura vocal ou capacidades técnicas.
Uma vez que esta obra foi escrita a pensar num instrumento em Si♭, algumas passagens técnicas podem tornar-se complexas, caso sejam tocadas no lado de Fá.
Existem algumas improvisações escritas para ambos os instrumentos entre a letra D e G, com indicação de símbolos de acordes, o que permite que as mesmas se transformem em improvisações ao vivo.